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Dólar fecha em queda, de olho em inflação no Brasil e tarifaço de Trump; Ibovespa sobe ao maior nível desde agosto

A moeda norte-americana caiu 0,11%, cotada a R$ 5,6547. Já a bolsa encerrou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos, no maior nível desde agosto. Cédulas de dó...

Dólar fecha em queda, de olho em inflação no Brasil e tarifaço de Trump; Ibovespa sobe ao maior nível desde agosto
Dólar fecha em queda, de olho em inflação no Brasil e tarifaço de Trump; Ibovespa sobe ao maior nível desde agosto (Foto: Reprodução)

A moeda norte-americana caiu 0,11%, cotada a R$ 5,6547. Já a bolsa encerrou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos, no maior nível desde agosto. Cédulas de dólar Pexels O dólar fechou a sessão desta sexta-feira (9) em queda, a R$ 5,65, conforme investidores repercutiam os novos dados de inflação no Brasil e a possibilidade de um esfriamento da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta e renovou o maior patamar desde agosto de 2024. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, mostra que os preços subiram 0,43% em abril, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e reforça a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta semana. O colegiado aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano — o maior patamar em 20 anos. Também indicou que deve agir com cautela na próxima reunião, com mais "flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica da inflação". Já no ambiente internacional, os sinais de alívio da guerra tarifária por parte de Trump continuaram a impulsionar os mercados. Na véspera, os EUA e o Reino Unido anunciaram um acordo comercial — o primeiro desde a implementação das "tarifas recíprocas". Já nesta sexta-feira, Trump chegou a afirmar que reduzir as tarifas de 145% para 80% sobre as importações chinesas "parece correto" e que a decisão ficará a cargo do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Mais tarde, no entanto, a Casa Branca afirmou que Trump "permanece firme em sua decisão" de que os EUA não vão reduzir unilateralmente as tarifas sobre produtos chineses. "Esse foi um número que o presidente divulgou, e veremos o que acontece neste fim de semana", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a jornalistas. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar caiu 0,11%, cotado a R$ 5,6547. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6376. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: alta de 0,02% na semana; recuo de 0,39% no mês; e perda de 8,50% no ano. No dia anterior, a moeda americana fechou em baixa de 1,47%, aos R$ 5,6611. a 📈Ibovespa Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos, no maior nível desde agosto. Com o resultado, o índice acumulou: alta de 1,02% na semana; avanço de 1,07% no mês; e ganho de 13,49% no ano. Na véspera, o índice fechou em alta de 2,12%, aos 136.231 pontos. O que está mexendo com os mercados? O anúncio de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido e as sinalizações de que Trump conversa com outros países para aliviar a guerra das tarifas foram bem recebidos pelo mercado financeiro. Além de estabelecer medidas tarifárias, o tratado anunciado ontem também estabelece a criação de uma zona de comércio de alumínio e aço e de uma cadeia de suprimentos farmacêuticos segura. Segundo Trump, o acordo deve aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e de criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação. Em contrapartida, os EUA deverão baixar as tarifas para a indústria automobilística britânica de 27,5% para 10% e zerar os impostos sobre aço e alumínio. Apesar de este ter sido apenas o primeiro acordo comercial que os EUA conseguiram firmar com um de seus parceiros desde a imposição das "tarifas recíprocas" anunciadas em abril, Trump indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos. Neste fim de semana, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, deve se reunir com seus pares chineses na Suíça — e há grande expectativa no mercado financeiro de que os dois países comecem as conversas para chegar a um acordo tarifário. Nesta sexta-feira, Trump chegou a afirmar que ficará a cargo dele a decisão de reduzir as tarifas sobre a China, mas adiantou que uma taxa de 80% "parece correta" e que o país asiático deveria "abrir seus mercados para os EUA". E no Brasil? Já no ambiente doméstico, ficou no radar a divulgação dos novos dados de inflação por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador mostrou uma alta de 0,43% em abril, em linha com o esperado. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram alta no mês passado, com destaque para Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais. O resultado é importante porque reforça o posicionamento do Copom que, nesta semana, subiu a Selic ao maior patamar em 20 anos, a 14,75% ao ano. Em comunicado, o colegiado justificou que a incerteza na economia dos EUA, principalmente devido à guerra comercial, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros. Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas. "O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária", escreveu o Copom. Por fim, o comitê destacou que o "cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação." Segundo Rafael Cardoso, economista-chefe do banco Daycoval, a principal novidade no comunicado está no balanço de riscos da instituição, que considerava mais os riscos econômicos brasileiros do que os internacionais até sua última reunião. "A inclusão da queda dos preços das commodities fez com que houvesse três riscos para cada lado, o que na opinião do BC além de ser riscos em quantidade igual, eles têm o mesmo peso e portanto o balanço passou a ser simétrico". Esse olhar mais atento ao cenário externo (que não recebe interferência dos juros no Brasil) e a falta de sinalização sobre possíveis novas altas nos juros indicam que pode haver uma pausa no ciclo de alta da Selic, explica Cardoso. Daniel Cunha, estrategista-chefe do BGC Liquidez, concorda e comenta que "não há dúvida de que o BC tem se empenhado em pavimentar o caminho para o fim do ciclo de alta nos juros". "A verdadeira questão, no entanto, era e ainda é se os dados sustentariam uma mudança para um ponto de fim mais cedo e mais baixo, ao invés de um ponto mais tarde e mais elevado", afirma Cunha.